quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Projeto "Cartografias Afetivas"

Cartografias Afetivas é um projeto que propõe a construção de mapas, cartografias do universo pessoal, do coletivo, cartografias de vivências, lembranças, pessoas, lugares, espaços, etc. Territórios afetivos que nos são importantes e nos afetam.


Este trabalho está em construção e faz parte da minha dissertação de Mestrado em Artes Visuais intitulado de: Apontamentos para Lembranças.

Essas Cartografias têm por objetivo se tornarem públicas, através da construção de um arquivo, que busca proporcionar as trocas entre essas Cartografias. Estas serão postadas no meio virtual, por ser um espaço de fácil acesso e por facilitar o acompanhamento deste projeto.

Num primeiro momento, este projeto, buscava mapear lugares reais e ficcionais vivenciados por mim (Juliana Crispe). Comecei a traçar meus lugares afetivos e fazer ações, trabalhos visuais, textos, relacionados a estes espaços e as lembranças que estes me evocam.

A partir de questões ligadas a psicogeografia proposta pela Internacional Situacionista, busco ampliar essas cartografias, dando possibilidade para que outras pessoas possam construir suas cartografias, seus mapas, processando assim um arquivo em constante processo, na medida em que novos espaços meus e de outras pessoas serão cartografados.

A palavra 'psicogeografia' esteve em voga nos anos 90 em Londres. Foi originada nos anos 50 com o grupo francês, primeiramente chamado Internacional Letristas, e depois Internacional Situacionista. Sua primeira aparição foi na 'Introdução a uma Crítica da Geografia Urbana' (1955), onde dá uma definição compacta: 'o estudo dos efeitos do ambiente geográfico, conscientemente organizado ou não, nas emoções e maneiras, comportamentos e modos de ação, procedimentos e condutas, ações e atos de indivíduos'.

A psicogeografia seria uma prática geográfica afetiva e subjetiva que se propunha a cartografar as diferentes ambiências psíquicas provocadas pelas caminhadas urbanas que eram as derivas situacionistas.

No entanto, minha pesquisa perpassa também por uma deriva cartográfica ainda mais subjetiva, uma deriva do pensamento, não apenas de um espaço físico. Meu pensamento passa a ser uma cartografia do tempo e do espaço e a lembrança, a espessura que traz novamente lugares e pessoas. Como citado no início, à cartografia caminha por territórios diversos, mapeando lembranças, pessoas, fatos de minha infância, de minha vida, etc.

As Cartografias são de construção livre, linguagens múltiplas. O que liga uma a outra é a questão da Afetividade, do mapeamento de um Afeto ou vários. Assim, cria-se coletivamente um Banco de Afetos, cartografados, mapeados, localizados por cada participante deste projeto.

Em julho de 2011 será proposta uma exposição coletiva com as Cartografias Afetivas dos participantes, porém, o projeto é a longo prazo e continuará a ser realizado no espaço virtual.

Peço para quem quiser participar que envie suas Cartografias Afetivas para: ju_ceart@yahoo.com.br e para cartografiasafetivas@gmail.com, e busque identificá-las, dando algum indicativo para o espectador, de onde parte esta Cartografia.



Grata pela atenção.



Abraços



Juliana Crispe